segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vinícola Ouro Verde



Finalmente depois de chegar de Petrolina tive tempo de parar pra postar! Viajei a trabalho e só passei 2 dias na maior cidade do Sertão de Pernambuco, mas deu tempo de ir numa vinícola do Vale do São Francisco. Pra quem não sabe, o vale é a região irrigada do rio São Francisco e que há um tempo tem ficado conhecida pelo cultivo de uvas para fabricação de vinhos. Simmm, vinhos no sertão de PE e da Bahia! Tava louca pra fazer esse post porque amo vinho e tenho certeza que 90% do povão ama too!

Minha visita foi na Vinícola Ouro Verde, que na verdade fica na Bahia (Petrolina faz fronteira com Juazeiro, é só atravessar a ponte do rio São Francisco e já se está na Bahia). Essa vinícola fabrica vinhos e espumante Terra Nova, da Miolo (que tem sede no sul do Brasil), mas marcas como Rio Sol e Botticelli também tem suas vinícolas no Vale.

E pra quem tá pergutando: vinho no calor do sertão??? Entra no link ali de cima que eles dão toda a explicação das vantagens de se fazer vinho numa região como essa!

O mais legal da visita foi porque as parreiras também ficam no local de fabricação e envelhecimento do vinho. Eu já tinha ido numa cave no Porto em Portugal, mas não tive oportunidade de ver o plantio, já que eles cultivavam as uvas e faziam a seleção e decantação na região irrigada do rio Douro, um pouco longe da cidade e pra isso a gente tinha que pegar um barco.

Então, só ficamos na degustação e nas explicações dos envelhecimentos nos barris. E lá no vale eu pude ver todo o processo, já que os parrerais e as máquinas ficam todos num lugar só. O passeio foi completo, do plantio ao engarrafamento! Pude até provar a uva direto do parreiral e é bem diferente da uva que gente consome em casa, nas uvas que fazem vinho, a gente mastiga casca e semente para apreciar o sabor por inteiro.... inclusive os sommeliers costumam fazer isso toda semana nas visitas ao parreiral para saber se a uva está em perfeitas condições para a colheita.

Depois da colheita (o vale tem 2 safras por ano) as uvas são selecionadas e levadas para apuração. É nessa hora que eles separam a casca e as sementes do bago. Se querem um vinho mais encorpado, tipo reserva, o bago fica apurando em contato com a semente e a casca. Se for um vinho leve, o bago apura sozinho.

E pra os ignorantes, como eu, o vinho branco não é feito de uva verde...kkkkkkk (juro que eu achava isso!). Os brancos vem justamente desse processo da separação da casca! Daaaaaaaaaaaaa!

Bom, depois da apuração eles vem pra essas máquinas onde são aquecidos e monitorados para fermentação. O tempo todo tem um químico e um sommelier junto do processo para ter certeza que em nenhuma das fases vão ocorrer reações químicas que modifiquem o sabor. Não escutei bem os detalhes dessa parte, porque tinha muita gente em cima da guia nessa hora e eu não quis bancar a cafuçu fazendo papagaio de pirata.

Depois os vinhos vão para envelhecimento em barris de carvalho americano e passam 13 meses descansando. O processo de envelhecimento muda um pouco para os conhaques e os espumantes, mas novamente não consegui escutar todos os detalhes. Após o envelhecimento eles são engarrafados e rotulados, mas cada série passa por uma degustação interna para conferir o sabor e ir para o consumidor em perfeito estado. Sim, os tintos são Cabernet Sauvignon e os brancos Late Harvest...

A última (e melhor) fase da visita é a degustação! Vale do São Francisco dando de mil a zero nas caves do Porto! Provamos 2 vinhos brancos, 2 vinhos tinhos, um conhaque e um espumante! No Porto só provei um branco e um tinto.

Bom, mas o lado ruim dessa parte é que a gente sai de perna bamba e acabei gastando mais do que devia na lojinha! Comprei vinho e espumante Terra Nova, decanter (vidro para servir vinhos), conhaque Osborne (que é um conhaque espanhol também fabricado na Ouro Verde), camisa.... Só dei conta que tinha comprado demais quando meu estado alegre já tinha passado.

Bom, fica a dica e recomendo muito a visita!

Outras vinícolas do vale:



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